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Sempre Pode Piorar

Foto do escritor: Alexandre BarbosaAlexandre Barbosa

Muita gente diz que nada é tão ruim que não possa piorar. Pois é, foi o que aconteceu!

Com a decisão da parent company de que deveríamos ser uma das suas unidades de negócio, sobrou para mim….

Até então, eu era o Diretor Comercial. A equipe era ótima e os resultados fantásticos!

A empresa era perto de uma utopia! Investimentos, autonomia, clima, festas, mídia espontânea, … Uhaua! Era excelente! (me empolguei!)

O meu chefe decidiu que não queria ir para a parent company e fez campanha para que vários funcionários não fossem. Pediu demissão e me passou a empresa só com um “boa sorte”. (e foi só mesmo, tá! Ele não me disse nada além disso.)

Virei country manager interino!

A parent company tinha um certo desconforto sobre a administração anterior e não tinha certeza se poderia confiar ou não em mim. Desta vez, na dúvida, ninguém foi pro réu…

Além de demonstrar meu relacionamento com pessoas chaves da “parent company”, dei um xeque-mate na controller que designaram para a empresa.

Liguei a noite para a sua casa e disse: “Amanhã, pela manhã, você vai acordar com uma decisão de confiar em mim, ou me mandar embora da companhia”. Viramos grandes amigos e rimos, sempre, que lembrávamos desse telefonema.

Meses e meses de muito trabalho, mudanças, ajustes, demissões, … Um inferno! Até que aconteceu: Viramos uma unidade de negócio, uma brand, na parent company.

Como eu disse, no início… sempre pode piorar…

– Alex, com o resultado financeiro até agora, você vai ter que demitir metade da sua força de serviços. De outra forma, você não vai conseguir recuperar a unidade.

Pois é… Essa foi a primeira frase do CFO da parent company, depois do bom dia, eu acho.

Creio que já comentei com você que a teimosia é um dos meus maiores defeitos, né? Basta alguém tentar impor algo para que surja em mim uma vontade ferrenha de fazer justamente o contrário.

Debatemos durante um bom tempo e até hoje acho que a nosso bom relacionamento começou por isso.

– Ok! – disse o CFO – Concordo em esperar os próximos 6 meses, mas se a unidade não demonstrar que decola… talvez eu possa me dar mal, mas você vai antes de mim.

Animador, hein? Fala aí! Tenho uma habilidade incrível de atrair encrencas!

Saí da reunião direto para a sala do meu melhor executivo e melhor amigo. Precisava de alguém com competência e em quem eu confiasse. Ele tinha as duas coisas.

O trabalho foi duro! Revisões internas quase que diárias e com o CFO, quinzenalmente.

Passados os 6 meses, a unidade apresentava uma tendência positiva. Não demiti ninguém, o CFO não teve problemas e eu não me ferrei!

Ao final de um ano, saímos de um PTI negativo em 50% para um positivo de 8%.

Ops! O que é PTI? Pre Taxes Income. De uma forma simples, o lucro antes de pagar os impostos.

Se você está imaginando que o mérito foi meu, lamento. A única coisa que fiz, além de comprar a briga com o CFO, foi escolher o cara certo para levantar a área de serviços.

Liderar é, entre outras coisas, construir a visão e delegar.

Delegar é a arte de escolher a pessoa certa, fornecer os recursos necessários ao escolhido, acompanhar, dar suporte, reconhecer o mérito do escolhido e, acima de tudo, nunca (nunca mesmo) delegar a responsabilidade. Essa, caro(a) leitor(a) é e sempre será sua!

Só mais um ponto, pode ser?

Sempre que estiver enfrentando uma situação parecida, relute fortemente contra a proposta financeira que basta cortar pessoas para a lucratividade aumentar.

Especialmente porque as pessoas não são despesas. São os ativos mais importantes que a sua empresa possui.

Como tudo nesse mundo, há exceções, infelizmente…

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