Por assim dizer, tudo parece tão mais complicado do que de fato é, ou não?
Durante boa parte do tempo que vivi, pouco importei-me com os detalhes. Talvez por pura fobia, talvez por incapacidade de entendê-los… Talvez, este talvez tem um pouco de quase certeza mesmo, pela total convicção da falta de importância intrínsica desses!
Absurdo! É o que imagino que você está pensando. Sem os detalhes, qualquer planejamento falha! Imagina se o Almir Klink lê isso…
Tá bom, tá bom, explico: A palavra pode não ser exatamente detalhes… hum… deixa eu ver… Ah! Vou apelar para o jargão da gloriosa Marinha: picunhinhas! Isso mesmo, picunhinhas não tem importância!
Epa! Você não foi de Marinha? Não tem a menor idéia do que quer dizer picunhinhas? É, complicou! Diga-se de passagem, deve estar estranhando o “de Marinha” ao invés de “da Marinha”, né?
Tudo bem, vou tentar explicar as picunhinhas, mas o “de” é picunhinha e vou deixar para lá.
Eu havia sido designado, pela empresa, para ser o principal executivo de um parceiro de negócio que estava passando por algumas dificuldades.
Após alguns meses, por conta de uma aquisição feita pelo Grupo controlador desse parceiro, recebi a missão de fazer o startup de um distribuidor de soluçōes.
Aqui entre nós, eu não conhecia nada desse negócio de distribuição. Afinal, depois da Marinha, sempre trabalhei em fabricantes. Enfim, missão é para ser cumprida e assim foi!
Na época, eu tinha certeza absoluta de alguns pontos:
– fosse pela minha grande afeição pelos produtos de um determinado fabricante, ou pela minha infinita sabedoria e conhecimento de mercado, esses produtos iam explodir de vender (seria picunhinha dizer qual das duas sentenças é verdadeira)
– um jovem com menos de 30 anos, designado para trabalhar comigo, na nova empresa, tinha um potencial incrível de alavancar um monte de vendas
– um engenheiro oriundo do parceiro original para onde eu havia sido designado, uns 3 anos mais velho que eu, era um cara obstinado que adorava coisas difíceis de resolver
Pois é, com esses ingredientes, foi só deixar o jovem andar, desafiar o engenheiro a importar os produtos que o jovem já tinha vendido e inaugurar, sem picunhinhas, uma linha de negócio que triplicou ano a ano!
Acho que você deve estar pensando que não expliquei nada sobre as picunhinhas, né?
Confesso, mas calma aí, eu precisava criar um pano de fundo.
Se você subir os olhos algumas linhas, vai reler as 3 certezas que eu tinha, certo?
Pois bem, vamos, com uma a uma, mostrar alguns exemplos e contra-exemplos de picunhinhas:
não fiz nenhum estudo de Mercado para garantir que teríamos oportunidades de vendas. Acreditei no “feelling” daquele jovem e na minha intuição e, é claro, na minha passionalidade!
Mal conhecia esse jovem e não fiquei pedindo os infinitos “reports” que os executivos adoram pedir. Dei a ele o “empowerment” necessário e ele fez o resto.
Não levantei a complexidade do processo de importação e nem fiquei fazendo “pulling” nas atividades do engenheiro. Foi só delegar!
Entendeu?
Pois bem, permita-me acrescentar mais uma pergunta para concluir:
Quer ter uma equipe de alta performance e atingir seus objetivos? Imagino que a resposta seja afirmativa, certo? Então, anote três dicas:
1 – Esqueça as picunhinhas
2 – Delegue
3 – Mostre que confia na sua equipeFácil? Acho que sim, desde que você seja um cara que tenha plena convicção das suas limitações e incompetências…sem picunhinhas!
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